Sunday, May 17, 2020

Aprendendo, Desaprendendo e Reaprendendo

Segue rufando o Curso On Line de Gestor de Futebol, promovido pelo craque Felipe Ximenes, professor da CBF Academy, e ex-gestor do Flamengo, na Gestão Bandeira de Melo. Nesse final de semana, mais de 4 horas de muito repensar sobre funções vitais para o sucesso no futebol.

"Ser gestor é aprender, desaprender e reaprender", definiu Ximenes.

A verdade é que o tempo foi pouco para se discutir a importância da parte tática no desenvolvimento de um trabalho. "O Marco Bruno é um dos alunos mais brilhantes do curso. Sou seu fã desde os anos 80, quando ele atuava no futsal com o nome de Marquinho Sepultura... e enterrava os adversários com seus gols fantásticos. O técnico era o Paulo Mussalem, que também foi meu professor na UERJ. O time do Flamengo jamais saiu da minha memória. Marquinho e Raul fizeram uma dupla histórica", analisou Guilherme Kroll, oriundo do basquete e também aluno do curso de gestor de futebol.

"O Mussalem priorizava a parte tática. Aprendi muito com as famosas diagonais quebradas.

O Cláudio Coutinho, técnico do profissional do Flamengo, assistia aos nossos treinos e adorava conversar sobre tática. O Radamés Lattari, do vôlei, também participava. Overlapping, ponto futuro... não surgiram do nada. O esporte olímpico coletivo preconiza a evolução técnica através da tática.

O Jorge Jesus, mesmo no ápice da temporada, encontrou tempo para ir ao Maracanãzinho assistir ao Fla-Basquete. Ele sempre se refere à essa modalidade.

O Jogo dos Triângulos, do Phil Jackson, no Chicago Bulls, serve demais para o futebol. Não é a toa que o Arrascaeta é o rei das assistências", prosseguiu Kroll.

"Quem dá show nas aulas é o PC Gusmão. Ele rouba a cena. Sempre fui fã do seu trabalho. Lembro que ele foi pioneiro em colocar câmeras nos muros do estádio para filmar treinos. Seus times são sempre muito bem organizados.

PC assumiu, recentemente, a base do Vasco e o mundo do futebol estranhou. Isso é algo revolucionário. Um técnico de expressão da elite do futebol brasileiro comandando a base. O Vasco vai capitalizar essa sacada. A base necessita de excelência. E o retorno é quase imediato.

Nessa aula, ele explanou sobre 'bloco alto', 'bloco médio' e 'bloco baixo'. Enfatizou a importância da transição defensiva.

Nos anos 80, existia no basquete uma inócua discussão sobre o que era mais importante: atacar ou defender?

Foi quando descobrimos que o mais importante é começar a defender antes do adversário começar a atacar... e começar a atacar sem que o adversário esteja se defendendo.

Digo que sou capaz de nocautear qualquer boxer. Desde que ele esteja distraído. Essa é a definição de transição. 

A mudança da atitude ofensiva para a defensiva tem que ser automática. E vice-versa.

Outro personagem que vem me encantando é o Wágner Reway, árbitro de futebol, que vem demonstrando muita lucidez e comprometimento. O mundo do futebol tem que entender mais de arbitragem. Tem que haver maior aproximação. Não pode ser robotizado.

Sempre fui contra o excesso de VAR. O erro da arbitragem faz parte do jogo. Assim como o do goleiro e o do atacante. A discussão esquenta o espetáculo.

É um absurdo o tempo que a mídia utiliza no pós-jogo para se falar em arbitragem. Quase não se fala em tática, que normalmente é o problema real.

Outra questão desenvolvida foi o perfil dos gestores. Eles devem ser fortes, resilientes, adaptáveis. Devem celebrar as vitórias. A alegria responsável é fundamental no processo.

O Ximenes é profundo conhecedor da função. Está desenvolvendo nos seus alunos o auto-conhecimento, a auto-capacitação e auto-aceitação. Terminaremos a empreitada muito melhores do que quando iniciamos", finalizou Kroll



Friday, May 15, 2020

Objetivos Diferentes, Propósitos Iguais

É tempo de estudar!
Tenho aproveitado esse momento recluso para aprofundar meu conhecimento sobre o Mundo do Futebol.
Para espanto dos famosos técnicos de Cartola FC, que inundam os inchados grupos de zap rubro-negros, a condução dos nossos craques, dentro e/ou fora do campo, exige uma enorme habilidade e conhecimento de psicologia, além do domínio de tantas outras 'ias' que existem na ciência do esporte.
No início dessa semana, fomos convidados pelo craque Felipe Ximenes (ex-gestor do Flamengo), para participar de uma live on line, promovida pela CBF Academy, que teve ainda a participação marcante de Paulo Angioni (gestor do Fluminense) e Marco Dalpozzo (diretor de Rh da CBF e professor da CBF Academy).
Vamos destacar alguns pontos que despertaram enorme interesse.
Os clubes de futebol, assim como as grandes empresas, investem mais de 80% dos seus recursos em pessoas.
"Conhecendo o homem, entendemos o atleta", ensinou Angioni, que demonstrou ter a excelência no relacionamento inter-pessoal do futebol.
"Os jogadores recebem agressões constantes. Seja das torcidas adversárias, seja da sua própria ou de toda mídia", foram unânimes os palestrantes.
"Tenho um olhar romântico sobre quem trabalha comigo. Acho meus jogadores sempre bonitos. Tenho 70 anos de idade e possuo velocidade de pensamento. Meu forte é a resolução de problemas. Gosto de trabalhar com técnicos que também sejam humanos", prosseguiu Angioni.
"Procuro entendê-los para que eles possam me entender".
"Nosso maior trabalho está no pré e no pós jogo. Nada como 2 dias e uma noite no meio. Aconselho que não se aja jamais de cabeça quente", filosofou Ximenes, que possui um perfil apropriado para o enfrentamento de desafios em grandes equipes.
"No futebol, fazemos o uso infinito de recursos finitos. Um ser humano é sempre limitado. Um grupo proporciona opções infinitas. Temos que buscar colaboração em todos".
"É normal trabalharmos equipes que possuam atletas de 18, 25 e 30 anos de idade. Todos com objetivos diferentes. Aí reside a magia. Os objetivos podem divergir. Os propósitos, não. O líder tem que ser um evangelizador".
Hoje, sexta-feira, haverá uma aula extra sobre a importância da tática no futebol. Simplesmente imperdível!





Friday, May 8, 2020

Sunderland 'Til I Die


A primeira turma do Curso de Gestor de Futebol, implementado pelo experiente e dinâmico Felipe Ximenes, segue bombando. 
Reunindo um grupo seleto de participantes, as atividades primam pela qualidade. O nível da apresentação das vídeo-aulas é de primeira divisão. As tarefas complementares também.
"Passei a temporada 2019 surfando no sucesso do Flamengo. Sabíamos que, em 2020, só uma pandemia poderia estancar nossa Nação", declarou Guilherme Kroll, aluno do curso on line.
"O Ximenes nos aconselhou assistir as duas temporadas do documentário da Netflix sobre o Sunderland. A história inicia logo após o rebaixamento do time na Premier League. 
Tudo levava a crer que a história seria heróica. Afinal, todos os documentários costumam ser assim.
Só que não!
Nunca havia visto tanta derrota na minha vida. Algum vírus atingiu o futebol daquele clube no momento da filmagem.  
Sou visceral. Faço tudo com muita paixão. Só a abertura de cada capítulo já bastava para conquistar meu coração. A música-tema 'Shipyards', da banda Lake Poats, de Sunderland, arrepiou  e se tornou obrigatória em cada etapa. 
Torci muito para um time que envolve toda uma cidade com perfil operário. 
Quando o time caiu para o último lugar na tabela da Segundona, e demitiram o técnico... pensei que surgiriam as vitórias.
Que nada!
Perderam tudo e foram parar na terceira divisão.
O time foi vendido e... não subiu para a Segundona.
Incrível!
Uma verdadeira lição de como conduzir futebol com derrotas incessantes. Como sobreviver nas famosas janelas de transferências européias. Como utilizar o marketing para gerar orçamento.
Nossos famosos técnicos de Cartola FC rubro-negros deveriam assistir. Aprendam que dirigir uma equipe de futebol é muito mais do que colocar nomes numa prancheta. Muito mais do que dar ouvidos à pseudo comentaristas midiáticos que estão muito mais comprometidos com a audiência do que com a análise séria verdadeira", finalizou Kroll.