Em 1978, tive a honra de ser convidado pelo Kanela (melhor técnico do basquete brasileiro de todos os tempos, bi-campeão mundial com a Seleção Brasileira), então Vice-Presidente de Esportes Amadores do C.R. Flamengo, para integrar o corpo de técnicos do clube.
Eu, que ainda cursava o primeiro ano de Educação Física na UERJ, assumi as categorias mirim e infantil. Trabalhei com profissionais do naipe de Waldyr Boccardo, Marcus Flávio 'Pingo', Alberto Bial, José Marinho, Bigú, Peixotinho e Emanuel Bonfim.
Modéstia a parte, os números falam por si. Levamos o Fla-Basquete para outro patamar.
Conquistamos, em 8 temporadas, 24 títulos de campeão estadual (nas diversas categorias).
Havia uma competição que era a consagração de todo um trabalho realizado na base dos clubes do país: o Campeonato Brasileiro Juvenil de Clubes Campeões. Na história, os clubes paulistas, que eram base de toda a Seleção Brasileira da categoria, jamais haviam perdido nem um jogo sequer.
Em 1985, a primeira grande 'zebra' da história. Em Fortaleza (CE), eliminamos o poderoso Continental P.C. (SP) na semifinal, e nos faltou fôlego para derrotar o Minas T.C. numa final que aconteceu a menos de 24 horas depois. O Vice-Campeonato Brasileiro, eliminando São Paulo, já nos encheu de orgulho.
Só que tinha mais.
Em 1986, em Brasília (DF), finalmente veio o título máximo. Num jogo muito conturbado, derrotamos o Corinthians (SP) e levantamos a taça.
Pensam que a história parou por aí?
Em 1987, veio o Bi-Campeonato Brasileiro. Em Porto Alegre, chegamos na frente do E.C. Sírio (SP) e G.N. União (RS) e obtivemos o reconhecimento de todo o basquete do país.
Dirigi a Seleção Brasileira de Base por 4 anos, o que era inédito para um técnico que trabalhava no Rio de Janeiro. Em 1988, fui contratado por um super projeto do E.C. Pinheiros (SP) para comandar todo o departamento de basquete do clube. Fui o primeiro técnico da história que São Paulo importou do Rio de Janeiro.
Estou na Calçada da Fama do C.R. Flamengo, na Galeria Grandes Mestres. Ver meu nome ao lado de ícones como Kanela, Waldyr Boccardo, Cláudio Mortari, Paulo Chupeta... me enche de orgulho.
Nessa segunda-feira, fui convidado para uma live do Flamengo Olímpico para falar sobre Fla-Basquete. Ela durou quase 3 horas e teve um ritmo delicioso.
Falamos de Carioquinha, Nilo, Marcelo Vido, Marquinhos, Filloy, Bigú, Pedrinho, Bial, Lelo, Carlão, Bento, Póvoa, Almir... e de muitos jovens talentos da base, que formava, acima de tudo, grandes homens.
O Flamengo tem o mérito de levar o basquete a sério. Atualmente, tem uma capacidade de captação de recursos para a modalidade acima da média. Precisa melhorar a promoção dos seus jogos. Necessitamos de ginásios lotados.
Temos que pensar na Fla-Basquete Mania. No mini-basquete itinerante. Maior exposição da marca. Num basquete auto-sustentável independente das leis de incentivo. O produto é excelente.
Basquete é religião. Possui muitas ferramentas necessárias para preparar um jovem para a vida.
Amo muito tudo isso.
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