Monday, May 27, 2019

Fla Cocoon

Existem 2 tipos de estímulos para que um grupo, ou uma pessoa, alcance o resultado cobiçado:

1 - estímulo positivo: em troca de recompensas e/ou reconhecimento da glória obtida;

2 - estímulo negativo: por medo de castigos, ou motivado contra algo muito forte.

Os 2 estímulos produzem resultados imediatos semelhantes.

A enorme diferença entre eles é o tempo de duração. O estímulo positivo possui longa duração... e é uma das marcas registradas da Nação Rubro-Negra. Quem não quer a idolatria da maior torcida do Brasil?

Na gestão passada, ouvimos infindáveis queixas de que nosso time não tinha caráter. Inventaram até um tal de cheirinho.

O Abel Braga, nas suas primeiras entrevistas no comando técnico do Flamengo, garantiu que nosso grupo seria vencedor. Isso se forja até em amistosos. Trouxemos Gabigol, Bruno Henrique e Rodrigo Caio... que têm a cara do Flamengo.

Ganhamos tudo que disputamos. Até com time reserva e gol de cabeça do Arrascaeta. Tivemos um lucro financeiro interessante.

Ontem, para mim, foi um dia inesquecível.

O Fla-Mulher organizou um grupo de notáveis e históricos flamenguistas... e os levou, num ônibus confortável, para conhecer o gramado do Maracanã... e assistir ao jogo na magia dos camarotes rubro-negros. A energia emanada desse grupo foi algo impressionante. Alguém aí assistiu ao filme "Cocoon"? Lembram da piscina que energizava os velhinhos? E que eles passaram a defender os extra-terrestres?

Penso que, ontem, fomos nós que energizamos o gramado do Maracanã. E saímos do estádio rejuvenescidos.

Pois é! 

Só sei que... quando o Athlético Paranaense voltou para o segundo tempo dando um banho tático no Flamengo, em pleno Maracanã... jogando com time reserva, e virou o placar com 2 gols do Cirino, não me desesperei.

Estava sentado num camarote ao lado e mudei de posição. Olhei para esse grupo e entendi que não seria possível sair do Maracanã derrotado.

Confesso que vibrei muito pouco no gol do Bruno Henrique. Reconheço que o empate não era suficiente para mim.

Tenho afirmado, com muita autoridade, que falta ao Flamengo gols de fora da área... e gols de cabeça (sem contar o William Arão). Vibrei com a possibilidade de treinarmos duas semanas completas seguidas.

Ontem, viramos com 2 gols de cabeça. A cabeçada do Rodrigo Caio foi um tiro certeiro. A do Bruno Henrique também. Se ele tivesse acertado essas cabeçadas em Belo Horizonte, teríamos derrotado, também, o outro Atlético.

Foi uma vitória típica rubro-negra. Uma vitória improvável. A vitória da camisa, da raça e da história do clube.

Só que teve algo que impediu o êxtase total. O time saiu de campo abraçado no técnico... e nem agradeceu a torcida que explodiu de tanta alegria.

Na coletiva de imprensa, o Abel reconheceu que a torcida do Flamengo é fantástica. Mas falou que teve seu caráter forjado no Fluminense e que, se o Flamengo não precisa dele, seu grupo precisa.

Está tudo errado. Torcida não tem CPF. Não é a torcida que tem que empurrar o time. É o time que tem que conquistar a torcida.

Só sei que nosso grupo, que viveu um dos dias mais felizes das nossas vidas, merecia celebrar ao lado dos nossos jovens heróis.

O estímulo sempre terá que ser positivo. Mesmo que a pressão esteja beirando o insuportável. Exatamente por isso é que o comando do Flamengo é para muito poucos .


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