Ontem presenciamos o maior público relativo da história recente do Maracanã.
Mais de 61 mil torcedores foram ao Maracanã num domingo ensolarado, Dia das Mães, com as praias cariocas bombando, e com o Flamengo anunciando um time alternativo. Detalhe: o adversário era a Chapecoense. Outro detalhe: o jogo foi às 11 horas da manhã.
Saí de Macaé às 6 horas da matina e só vi gente vestindo rubro-negro ao longo da BR 101.
Costumo frequentar o lado oeste do Maracanã (por causa da sombra) e, quando cheguei no estádio, tive vontade de ir ao Procon. O sol tinha mudado de lado.
Por causa disso, fui para trás do banco do Flamengo. É o lugar que menos gosto de frequentar porque tem uma infinidade de duvidosos torcedores que gostam de ficar xingando nossos guerreiros, mesmo antes das partidas.
Confesso que fui disposto a brigar com quem estivesse atrapalhando nosso projeto.
Só que minha surpresa foi total.
Só sei que ninguém estava bélico. Todos aplaudiam até as jogadas erradas. Acho que foi por causa da conquista no Uruguai. Aliás, quase tive um choque térmico. Saí do gelo uruguaio para a fervura carioca sem período de adaptação.
Teve um torcedor, atrás de mim, que aplaudiu o Rodinei, mesmo com ele errando todos os cruzamentos. Olhei para ele, que me respondeu: "Temos que dar moral para os nossos guerreiros".
Tive que falar: "Parabéns, é isso mesmo. Mas se pedir ele na Seleção, mando te internar".
Só sei que o Abel está encorpando nosso elenco. Até a verdadeira torcida anda reconhecendo.
Por falar no Abel, alguém já reparou que ele não olha mais para o público durante os jogos? Até em Montevideo, ele não deu nem uma olhadinha para os guerreiros que enfrentavam 45.000 uruguaios num frio congelante. No Sheraton, ele nem saiu do seu quarto. Deve ser duro realizar um trabalho magnifíco e não perceber reconhecimento na maior Nação do Mundo.
Só sei que ganhamos o Berrío. Um ataque que possui Berrío e Bruno Henrique merece o Usain Bolt como centroavante.
O Lincoln está recuperado. Será que a torcida reconhece isso?
Ontem, Lincoln e Thuler demonstraram que são ativos do Flamengo. Um técnico normal priorizaria o Uribe, mas o Abel pensa primeiro no Flamengo. O negócio-futebol vai muito bem, obrigado!
Um problemaço que temos que resolver é o Diego. Ele não entra na área adversária. Para piorar, seu chute está, cada vez, menos potente. Precisamos de gols através de chutes de longa distância.
Para piorar mais ainda, ele quer cobrar todos os escanteios e faltas perto da área. Sem falar nos pênaltis. Tenho certeza de que o Abel está ligado nisso e vai resolver essa questão.
Outra coisa. Será que a torcida do Flamengo, finalmente, vai perceber que tomamos gols de cabeça sempre que o Arão não está em campo?
Vocês sabem de quem era a responsabilidade de atrapalhar o Gum no cabeceio?
Era do Diego. Ele é que vinha atrapalhando a movimentação do gigante ex-tricolor nas bolas aéreas. Como ele não estava mais em campo, ninguém marcou.
Andaram falando que o Thuler deveria ter marcado, mas zagueiro tem que se preocupar é com os atacantes adversários.
A verdade é que nossos laterais são baixos e nossos centroavantes não marcam os gigantes zagueiros do outro time. Por isso é que o Arão se torna o equilíbrio do jogo aéreo.
O projeto "Flamengo Campeão de Tudo" segue de vento em popa, mesmo num Maracanã sem nenhuma brisa. Nossas vitórias sempre nos trazem sofrimento e ensinamentos.
Nossa capacidade de superação segue encantando.
Uma torcida que coloca 47.000 pessoas contra uma Cabofriense, e 61.000 enfrentando a Chapecoense, merece um comando que entenda de futebol.
Foto: Alexandre Vidal (site oficial do Flamengo)
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